Canadá

Uso de substâncias entre estudantes do Ontário desce, mas aumentam as preocupações em relação ao uso de fentanil

Os adolescentes do Ontário estão a beber, fumar e usar canábis e outras drogas recreativas nas taxas mais baixas desde o final da década de 1970, sugere uma pesquisa bienal, junto de alunos do sétimo ao décimo segundo anos, conduzida pelo Centro de Vício e Saúde Mental (CAMH, sigla em inglês).

Mas a pesquisa de 2017, divulgada na quinta-feira, revelou uma descoberta perturbadora: quase um por cento dos entrevistados, dos graus 9 ao 12, relataram ter tomado fentanil ilícito no ano anterior, soando o alarme, tendo em conta o envolvimento dos opiáceos em centenas de mortes por overdose em todo o país.

Robert Mann, cientista sénior do CAMH e coautor do Ontario Student Drug Use and Health Survey (OSDUHS), salientou que os declínios ao longo do tempo na proporção de adolescentes que usam tabaco, álcool e canábis são um sinal positivo de que a mensagem de saúde pública sobre os perigos dessas substâncias está a ter efeito junto dos jovens.

Nos últimos 20 anos, a proporção de alunos que relataram ingerir álcool caiu de 66 por cento para quase 43 por cento, enquanto as taxas de tabagismo caíram de 28 por cento para sete por cento, e o consumo de canábis caiu de 28 por cento para 19 por cento.

O uso não médico de opióides prescritos, monitorizado desde 2007, diminuiu de cerca de 21% para quase 11% entre os entrevistados.

Tais quedas a longo prazo no uso apontam para esforços bem-sucedidos de pais, educadores, funcionários de saúde pública – e os próprios alunos – para abordar o uso de substâncias e os problemas que estas podem criar, concordou o coautor Hayley Hamilton, um cientista do CAMH.

“No entanto, devemos lembrar que o uso de substâncias entre os alunos pode começar rapidamente a aumentar, como já vimos no passado, por isso, é necessário um compromisso contínuo com os objetivos de saúde pública”.

Por exemplo, a legalização da marijuana recreativa em julho pode alterar os padrões atuais relacionados à droga psicoativa.

Todavia, quando foi perguntado aos alunos se eles concordavam que os adultos poderiam legalmente comprar a marijuana, as respostas foram mistas, com cerca de um terço a concordar, um terço a ir contra a ideia e o outro terço a indicar que não tinham certeza.

Quatro por cento dos consumidores atuais disseram que pretendem fumar ou vapear mais, logo que a droga seja descriminalizada, mas quase dois terços dos estudantes, em geral, afirmaram que não pretendem consumir a droga quando atingirem a idade legal.

O OSDUHS deste ano envolveu 11 435 participantes, uma amostra representativa dos 917 mil alunos do sétimo ao décimo segundo anos da província.

Pela primeira vez na história de 40 anos do levantamento, pesquisadores inquiriram os entrevistados sobre o uso de fentanil. Entre os alunos dos graus 9 a 12, quase um por cento admitiram ter ingerido o opioide ilícito nos 12 meses anteriores – um número equivalente a cerca de 5800 estudantes em toda a província.

Algumas outras conclusões:

– 11 por cento dos alunos usam cigarros eletrónicos, em comparação com cerca de sete por cento que fumam tabaco.

– O uso não-médico de medicamentos contra a tosse e gripe, sem receita médica, aumentou para 9,2%, de 6,4% em 2015, principalmente entre os homens.

– O uso recreativo de drogas de TDAH como Ritalin e Adderall, conhecido como “drogas de estudo”, mais que dobrou, para 2,3% em relação a 1% em 2007.

Mann disse ainda que a pesquisa sugere que houve um enorme progresso em desencorajar os jovens condutores com problemas de álcool a não pegar no volante -, mas não tanto para aqueles que se fazem à estrada depois de consumir droga.

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