Canadá

“Portugal é um porto seguro para investidores canadianos”

O Hotel Marriot de Toronto recebeu sexta-feira (4) um Fórum Económico que pretendeu discutir as relações económicas entre Portugal e o Canadá. No seu discurso, Costa salientou que cada vez mais empresas com ADN português investem no Canadá e deu como exemplos a Frulact, a Logoplaste e a Tafisa.

“Em 2016 mais de 1500 empresas portuguesas exportaram para o Canadá, mais 10% do que face ao ano anterior. E o investimento está a acontecer em ambos os lados do Atlântico. Portugal está bem representado no Canadá pela Frulact, Logoplaste, Tafisa e outras, enquanto que empresas canadianas investiram em Portugal, nomeadamente na área de IT, nomeadamente a CGI e a Open Text”, disse o PM português.

O encontro contou com um painel de oradores dos dois lados do Atlântico – o Ministro do Comércio Internacional do Canadá, François Philippe Champagne; o Ministro da Economia de Portugal, Manuel Caldeira Cabral e o Secretário de Estado para a Internacionalização, Eurico Dias.

O Fórum terminou com os discursos de António Costa, PM português e Justin Trudeau, PM do Canadá, que reconheceram as potencialidades do CETA para ambos os países, o Acordo Económico e Comercial Global que entrou em vigor em setembro de 2017.

A organização foi da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) e do Clube Económico do Canadá que avançaram que estiveram representadas 43 empresas e associações portuguesas no Fórum.

O Secretário de Estado para a Internacionalização adiantou que “as exportações representaram 4.3% do PIB de Portugal entre 2015 e 2017” e que o CETA é uma “oportunidade única para partilhar inovação e conhecimento entre os dois países”.

Em 2017 a AICEP elaborou um relatório onde fala sobre as vantagens deste Acordo. “Desmantelar barreiras tarifárias, facilitar e proteger o investimento, simplificar o acesso a contratos públicos, proteger a propriedade intelectual, reconhecer qualificações técnicas e promover a circulação de profissionais” são alguns dos objectivos a que o CETA se propõe.

O Canadá é um dos países mais desenvolvidos do mundo. De acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) o Canadá é a 10.ª maior economia mundial. Os dados são de 2017 e o país integra ainda o grupo dos G8 que reúne os países mais industrializados e desenvolvidos do mundo.

Segundo o Statistics Canada, em 2016 as importações representaram 33,4% do PIB canadiano. Por outro lado as exportações representaram 31% do PIB. No mesmo ano a EU representou 7,7% das exportações canadianas, mais 0,3% do que em 2014. Dentro do mercado europeu o Reino Unido e a Alemanha foram os melhores clientes do Canadá.

No entanto com a saída do Reino Unido da EU, Portugal quer tentar captar a atenção do Canadá e a visita oficial terá servido em parte para cimentar a relação entre os dois países. Em 2016 Portugal foi o 15.º cliente do Canadá, uma posição que poderá subir com a retificação do CETA.

A EU no seu conjunto representou 11,4% das importações canadianas em 2016. A EU compra ao Canadá automóveis (16.5%), combustíveis e óleos minerais (16%), máquinas e aparelhos mecânicos (7.7%). Por outro lado, em matéria de exportações portuguesas para o Canadá, podemos indicar que os produtos alimentares lideram a tabela. Em 2016 a exportação destes produtos representou 20,3%, algo que se poderá explicar pela presença de um forte comunidade portuguesa aqui, sobretudo em Toronto, onde reside a maior percentagem de portugueses e luso-descendentes no país.

Para além de bens alimentares, Portugal exportou também, no mesmo ano, matérias têxteis (11,6%), químicos (9,8%), máquinas (9,4%) e metais comuns (8,8%). De uma forma mais detalhada os quatro produtos mais exportados de Portugal para o Canadá foram vinhos, calçado, pneumáticos e roupas.

No Canadá Costa falou sobre o crescimento económico do país e enumerou várias razões para investir. “Portugal está a crescer mais rápido do que a Europa, o emprego e o investimento cresceram o dobro da média europeia”, disse. O PM português garantiu aos investidores que “vão encontrar um país estável, com uma localização geográfica estratégica, talentos locais altamente qualificados, boas infraestruturas e ambiente favorável a negócios onde a inovação e a internacionalização são encorajadas”, elencou.

O CETA poderá trazer o tão aguardado reconhecimento académico entre Canadá e Europa.  O PM fez uma única referência ao assunto no Fórum Económico e questionado pelo Milénio Stadium acabou por não desenvolver o assunto. Protecionista por natureza, o Canadá não reconhece grande parte dos cursos que são lecionados na Europa.

O Fórum incluiu um painel de debate com representantes de quatro empresas: André Rocha, da Frulact; Paulo Pereira da Silva, da Renova; David Tavares da Globestar Systems (Connexall) e Paul Conibear da Lundin Mining, uma empresa canadiana que está a explorar as Minas de Neves de Corvo em Beja, uma mina que se dedica à prospeção de zinco.

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