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Açores – Caça à Baleia deu lugar ao “Whale Watching”

A caça à baleia nos Açores, mais propriamente a caça ao cachalote, teve início em 1864 e durou até 1987, ano em que foi capturado o último cachalote. Os números impressionam, os registos indicam que entre 1896 e 1949 foram capturados mais de 12 mil animais.

A história da caça à baleia nos Açores, porém, começa quase cem anos antes, ainda no Séc. XVIII, quando os navios baleeiros da Nova Inglaterra recrutavam os audazes e destemidos jovens açorianos com 14 e 15 anos. Muitos dos ilhéus apreenderam e melhoraram técnicas da indústria da baleação e alguns regressados às ilhas iniciaram a atividade nestas águas do Atlântico. Também na Madeira houve caça à baleia apesar de em muito menor escala, sendo que a atividade teve início em junho de 1940 terminando em outubro de 1981 com o encerramento da Empresa Baleeira do Arquipélago da Madeira.

A escolha da espécie a ser caçada recaiu sobre o cachalote uma vez que este cetáceo ao ser arpoado e morto mantinha-se a flutuar nas águas revoltas do oceano e permitia que fosse rebocado para as ilhas onde posteriormente podia ser desmanchado e processado.

Os homens dos Açores dedicavam-se à agricultura e outras atividades mas mantinham sempre alguém nas torres de vigia ao mar e sempre que era avistado um grupo de cachalotes era de imediato avisada toda a gente, fosse através de foguetes, sinais de fumo ou o desfraldar de um lençol branco. Existem dois museus muito completos onde podem conhecer toda a história da atividade, sendo eles: o Museu da Fábrica da Baleia do Boqueirão em Santa Cruz das Flores e o Museu dos Baleeiros em Lajes do Pico. Vale a pena visitar estes dois museus e conhecer as fantásticas histórias dos intrépidos homens da caça à baleia.

As torres de vigia hoje continuam ocupadas por homens que observam o mar na expectativa de identificarem grupos de cetáceos e também de aves, trabalhando em conjunto com embarcações que rapidamente se deslocam para as zonas onde os animais são localizados. Existem diversas empresas que se dedicam a esta ocupação e com o apoio das autoridades locais esta atividade traz cada vez mais rendimento às ilhas, havendo desde turistas a cientistas de todo mundo que procuram os Açores para conhecerem melhor este fantástico paraíso marinho.

Dos vários animais que podem ser observados, claro que os cachalotes são os mais procurados exatamente pela emblemática ligação à anterior atividade da sua caça nestas ilhas.

Os cachalotes (Physeter macrocephalus) são dos maiores animais à face da Terra, sendo os maiores com dentes, podendo os machos atingir os 20m de comprimento e as 50ton. e a sua longevidade pode chegar aos 80 anos. As fêmeas são muito menores que os machos medindo menos 30% a 50% e pesando cerca de metade destes. As crias nascem com cerca de 4m de comprimento e 1ton de peso após uma gestação que dura entre 12 a 18 meses.

Os dentes podem pesar até 1kg e medir entre 8cm a 20cm cada um. O cérebro do cachalote é o maior conhecido, podendo pesar até 7kg.

A sua observação é das mais fantásticas, porque antes de mergulharem verticalmente às incríveis profundidades de mais de 2000m, passam alguns minutos à superfície para respirar.
Os Açores são um dos maiores santuários de observação de cetáceos do mundo, podendo ser vistas cerca de 20 espécies diferentes. Não percam a oportunidade de visitar este paraíso e lembrem-se sempre: desfrutem da natureza com respeito e admiração.

Paulo Gil

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